Vira e
mexe, surge este debate em uma reunião, palestra ou fórum sobre
gestão de pessoas: é correto ou não o uso do nome “departamento de
recursos humanos” – ou simplesmente RH. Há quem seja contra, assegurando
que a expressão é pejorativa, pois define as pessoas como meros recursos.
Há quem defenda o uso do termo, afirmando que os recursos humanos se
igualam em grau de importância aos demais recursos da empresa, como financeiros,
materiais, entre outros.
É
extensa a lista de sugestões para denominar a área: “departamento de gente”, “gente
e gestão”, “gestão de gente”, “gestão de pessoas”, “gestão com pessoas”, “talentos
humanos”, entre outros. Pesquisando um pouco mais acerca do assunto, encontrei
alguns significados interessantes sobre a etimologia das palavras.
Leia
e estabeleça suas conclusões.
Recurso
vem do latim “recursus”, “ato de desfazer caminho, possibilidade de
voltar”, literalmente “fazer de novo um caminho”, de “re”, “outra vez”, mais “cursus”,
“carreira, caminho”.
Humano vem do latim “humanus” – relacionado
a “homo”, “homem” – e “húmus”, “terra”, pela noção de “coisas terrestres”, em
oposição a “seres divinos”, de uma raiz sânscrita man-, “homem”.
A
origem remota de capital é o latim “caput” (“cabeça”). Inicialmente, o “capitalis”
era um adjetivo para nomear “o que está acima dos outros; principal, dominante”. O
termo mantém esse sentido ainda hoje, quando algo é designado como de capital
importância, quando mencionados os sete pecados capitais e quando indicada como
capital a cidade em que fica a sede de um governo.
No
Renascimento, os famosos banqueiros italianos passaram a usar o termo “capitale”
para indicar a parte principal de uma quantia investida, excluídos os juros e
os rendimentos que ela pudesse apresentar. Pouco a pouco, com o desenvolvimento
da economia política, o sentido do termo foi ampliado, até que, no século XIX,
passou a qualificar “a riqueza considerada como meio de produção”, por oposição
ao “trabalho”, relação que Marx analisou no clássico “O Capital”.
Creio
que o debate sobre o assunto serve para mostrar como se ampliou a
importância conferida às PESSOAS nas organizações, entendendo-se que elas são
essenciais nos negócios. Portanto, não é apenas mudando o nome que
designa um departamento que a valorização das pessoas vai acontecer.
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