Muitos têm historias interessantes em suas carreiras
profissionais, como a do meu amigo Claudio Cercachim e, aceitando seu desafio,
decidi escrever minha própria historia ou “estória” de: “Como me tornei RH”.
Comecei a trabalhar aos 14 anos num colégio interno onde
cuidei de abelhas, coelhos e finalmente de uma adega. Aos 18 anos, no início
dos anos 70, trabalhei como office-boy cobrador. Naquela época não havia motoboy.
Em outubro de 1.970, fui indicado pela namorada de um amigo,
a Senhora Marlene Santos Palla, para uma vaga de “apontador de cartão ponto”.
Ela trabalhava na mesma empresa, a divisão química de um grupo composto de outras
divisões e cerca de setecentos empregados. Eu a considero minha madrinha
profissional.
No inicio de 1.971, a divisão química foi vendida para a
Alba Química, subsidiária da empresa Americana Borden. Fui promovido a Auxiliar
de Departamento Pessoal e logo no início de 1.972 a encarregado do Departamento
Pessoal da fábrica de Cotia/SP. Sem conhecer
absolutamente nada da área, que era mais voltada para o cumprimento das tarefas
de administração de pessoal, uma vez que a gestão era toda definida pela
matriz, aceitei o desafio, com a condição de ter o apoio do pessoal da matriz, o
que me foi total e prontamente confiado.
Até hoje me lembro do quanto tremia do “alto” dos meus 20
anos, quando tive que fazer a primeira demissão por justa causa. Eu mal sabia o
que lhe dizer ao funcionário, pois não havia conseguido obter as instruções da
matriz, pela simples impossibilidade de dar um telefonema, via operadora da
empresa telefônica, entre Fábrica localizada em Cotia com a matriz em São Paulo
(vejam só: distância inferior a 30 km).
Com o passar do tempo e já na faculdade, fui me
especializando e participando de cursos em gestão de pessoal, treinamento,
administração salarial e atividades de recrutamento e seleção, bem como na
gestão da área de segurança industrial, uma vez que havia me tornado técnico em
segurança industrial com o advento da portaria 7.814 e com a edição das 28
normas regulamentadoras relativas à área de segurança higiene e medicina do
trabalho.
Certo dia soube da existência de uma vaga de analista de
cargos e salários na matriz. Curioso e desejoso de aprender mais sobre o
assunto, pedi uma chance de atuar na área e fui apoiado pelo gerente de
salários, Sr. Dacio Della Via, e posteriormente aprovado pela Diretoria de
Relações industriais. Naquela época não se falava de Recursos Humanos, o charme
era ser Gerente ou Diretor de Relações Industriais.
Após sete anos de trabalho na Alba Química, divulguei meu currículo
no mercado para cargos de gestão geral de pessoas e acabei sendo chamado para
trabalhar na empresa Suíça (Alussuisse), no Brasil denominada AISA-Alumínio
Indústria com Fabrica em Pindamonhangaba/SP e matriz em São Paulo onde
trabalhei durante três anos.
Sem parar de me aperfeiçoar na área, frequentei um curso de
especialização em RH, pela GV de São Paulo, onde tive grandes mestres como
Flavio de Toledo (Treinamento e Desenvolvimento), Cecília Bergamini (Comunicação),
Professor Cabrera (Recrutamento e seleção de pessoas), José Serson (Administração
e pessoal e legislação trabalhista) – Professor José Serson era juiz do
trabalho que costumava dar a decisão na primeira audiência marcada em sua junta
do trabalho - Luciano Gaino
(Administração salarial) e, posteriormente, de 1981 a 1983 fiz MBA em RH pela
Faculdade de Santana/SP.
Com estas especializações me aventurei a procurar novos
desafios e assumi a Gerência de RH das empresas de mineração de uma joint venture
entre a o Grupo Eluma e a Noranda Canadense pelo período de cinco anos.
Quando menos estava esperando recebi o telefonema de um headhunter,
empresa ligada ao Professor Cabrera, para uma vaga em Curitiba. Fui selecionado
e me mudei para Curitiba em outubro de 85 na função de gerente de RH da empresa
familiar Plastipar. Passados quatro anos na Plastipar, fui novamente contatado
por uma empresa de seleção (Catho) para uma vaga de gerente de RH da Propex,
empresa subsidiária da Americana AMOCO, para onde me transferi em meados de
1989 e por lá permaneci como gerente de RH até janeiro de 94, quando assumi, num
processo de reengineering e downsizing (termos muitos usados na
época para definir reestruturações), a gerência administrativa e financeira, incluindo
o RH. Por lá permaneci 23 anos, até me aposentar aos 60 anos no inicio de março
de 2012.
Hoje sou um feliz “desaposentado” e micro empresário, onde
tenho a possibilidade de aplicar, junto aos meus oito funcionários, muito das
experiências vividas. Afinal, em minhas veias ainda corre o sangue com o DNA de
Recursos Humanos. Muito devo às minhas experiências e rotas da área de RH pelas
quais passei.
Higino Zanin
Desaposentado e Microempresário
Parabéns Higino pela bela trajetória de carreira! Sem dúvida, RH é uma verdadeira escola profissional e de vida.
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